Olá meus queridos(as)!!!
Bom queria me desculpar pela ultima postagem na qual eu estava no momento ''Depre'', todos nós fazemos escolhas em nossas vidas e nossas escolhas tem uma consequência, a única culpada pela forma que minha vida é conduzida sou eu, não posso jogar a culpa de minhas frustrações em ninguém, e nós que somos codependentes temos mania de sempre nos sentirmos a vítima da situação, a coitadinha da história...Há meu Deus como sou infeliz, eu só nasci pra sofrer, ninguém tem a vida como a minha, e por ai vai... Estou aprendendo muito com vocês meus queridos, aprendendo a trabalhar este lado que acredito que todos nós temos, estas crises de auto piedade.
Como diz nossa querida amiga Cicie há recuperações que são como conta gotas a minha está sendo, estou engatinhando, as vezes dou alguns passinhos, as vezes caio, mas logo me levanto, e continuo minha jornada...
O importante é que eu nunca desisto e sei que Deus está comigo caso contrário, não conseguiria ter chego até aqui.
Vou contar pra vocês sobre um problema que carrego desde minha infância, que já me trouxe muitos problemas e muitas vezes me deixou com raiva e frustrada... Não saber dizer não.
Isto mesmo queridos, eu sempre tive esta grande dificuldade de dizer não para as pessoas, fazer as coisas contra minha vontade e as vezes coisas que prejudicam minha vida, coisas que poderiam ser evitadas se simplesmente eu tivesse dito apenas um simples ''NÃO'' na hora que a pessoa me pediu.
Eu estava muito chateada estes dias com alguns problemas que estavam acontecendo em minha família e conversei com duas amigas que que me abriram os olhos e me alertaram sobre como é importante aprender a dizer não.
Bom, como todos sabem eu participo de alguns grupos de ajuda no Face e vejo muitos relatos de esposas e namoradas que sofrem do mesmo problema que eu, muitas vezes cheguei a me questionar será que eu sou burra??? por que não consigo sair desta vida? Se meu esposo recaí tantas vezes, e não entra em recuperação, por que ainda continuo com ele? por que estou presa a este relacionamento destrutivo? Será eu a única pessoa da face da terra que não consegue progredir, entrar em recuperação, e prosseguir com minha vida sem meu marido?
Vi que muitas esposas se separaram, sofreram muito e acabaram voltando, vi que outras se separaram e relatam que a dor da separação é pior do que conviver com o esposo dependente químico, vi algumas que se separaram e se tornaram amantes do marido encontrando o marido ás escondidas pois a família já é contra o relacionamento, vi ás que se separaram e se deram bem voltando a namorar o marido só que em casas separadas, e por último vi, as que realmente conseguiram romper definitivamente os laços com o marido ou namorado e conseguiram prosseguir com suas vidas e hoje são pessoas felizes.
Tem esposas como eu, que ainda não estão preparadas psicologicamente para deixar meu marido, apesar de toda problemática da sua doença e de suas recaídas. Sei que é uma doença que não tem cura, mas aprendi a amar e aceita-lo assim como ele é com seus erros e qualidades, sim ele é uma pessoa doente, mas também é um ser humano normal como todos os outros. Muitas vezes eu surto, canso, choro, afinal sabemos como é difícil a luta diária que travamos, para nos mantermos e ajudarmos eles a se manterem em recuperação, é uma série de fatores, que tornam a vida muitas vezes desgastantes.
Bom meu marido é um homem inteligente e muito esforçado, tem um bom caráter um coração gigante, e nunca se entrega a doença, por isso eu não desisto de lutar com ele, mas as vezes ele me dificulta muito as coisas, vou contar o porque: Eu acredito que o sonho da maioria dos dependentes químicos é ou um dia foi, de poder beber socialmente sem ter recaídas, como as pessoas que não tem a doença fazem.
Infelizmente meu marido conhece alguns ex usuários de drogas, que estão limpos, a oito, seis, cinco anos e todos eles bebem cerveja...Estas pessoas não são adictos, são apenas ex usuários de drogas, e isso tem uma grande diferença.
O que meu esposo não quer entender (porque lhe é conveniente) é que ele é um adicto, um dependente cruzado (alcoólatra e drogadicto) ele não deveria jamais beber o primeiro gole, pois ele não tem controle algum...Mas quem disse que ele faz isso amigos? no fundo ele sente o desejo de parar de beber mas ele diz que em qualquer lugar que ele vá tem bebida com a droga não é assim, com a droga ele vai até a droga se ele quiser, mas com a bebida é diferente, a bebida vem até ele, em qualquer lugar que se vá hoje em dia há bebida e para um alcoólatra é muito difícil conviver com esta tortura...Praticamente temos que nos isolar se realmente quisermos nos afastar da bebida, praias, restaurantes, barzinho, pizzarias, almoço em família, aniversários, natal, ano novo, parques de diversões, shoppings, e até mesmo nos circos, tem bebida alcoólica, deve ser muito difícil para um dependente do álcool conviver com isso, não se pode ter uma vida social sem se torturar, vejo que ele se se deprime muito com isso, se sente diferente, inadequado, as vezes fica longos períodos isolado sem sair de casa.
Ele se esforça as vezes fica meses sem beber, mas quando começa as crises de abstinência, ele acha que me levando junto com ele a todos os lugares evita as recaídas pois ''eu'' estaria ali para impedir entendem? Com isso muitas vezes eu ficava frustada pois deixava de fazer o que eu queria para fazer as vontades dele, deixava de viver a minha vida para viver a vida dele, várias vezes eu chegava cansada do trabalho em casa e ele queria ir para casa de um amigo nosso tomar suas cervejas e era para eu dizer não, eu não vou, eu não quero, vai você se quiser, mas sempre acabava indo com ele e ficava horas e horas por lá, as vezes só tinha homens pois minha amiga é professora e chegava tarde e eu ficava lá, eu, meu marido e os amigos dele até altas horas, pois quando ele começa beber ele perde a noção da hora e em muitas vezes atrapalhei sua recuperação, eu tinha que ser firme, me opor, dizer não.
Conversando com minha querida amiga ''J'' ela me sugeriu a começar a aprender a dizer não a tudo que me fazia mal e justamente ontem ele me pediu para ir a casa do amigo, eu disse ''NÃO'' pois sabia que ele iria ficar bebendo lá até altas horas e estava muito cansada para ir contra minha vontade, e mesmo sabendo que ele certamente poderia recair não fui e me senti muito mais leve, fiquei em casa assistindo filme com minha filha.
Bem meus queridos não vou me lamentar mas ele recaiu, não voltou, e estou bem, sei que não fui eu que causei e que a culpa não é minha, depois de todos estes anos convivendo com a dependência química, montamos estratégias para convivência com ele, como diz minha filha nesta vida a gente se adapta a tudo, e nós tivemos que nos adaptar para convivermos com ele, não passamos a mão na cabeça dele quando ele recaí, ele sempre arca com as consequências dos seus erros, eu agradeço a Deus porque temos nossa casa toda mobiliada, temos nosso carro, temos o que comer e o que vestir, e nunca mais ele vendeu um alfinete de nossa casa para usar drogas, não permitimos que a doença dele nos afete mais, pelo menos financeiramente, graças a Deus todas as contas estão pagas e não devemos nada a ninguém, acredito que isto já é uma grande evolução para quem tem um adicto na família, hoje cobro muito mais responsabilidade dele do que antes, mas tirando os momentos que a doença o deixa em crise meu marido é uma pessoa muito responsável e eu tenho que agradecer a Deus também por isso.
Hoje em dia as recaídas não nos abalam tanto como antes, é mais difícil conviver com algumas crises de abstinência do que com a recaída em si.
Agora o que compete a mim fazer é ficar em minha casa e não me desesperar, pois sei que sou impotente e nada posso fazer quando ele esta pelas ruas, me resta orar e entregar nas mãos de Deus mais uma vez, para que ele o guarde e o traga em segurança para casa.
Bom meus amados o que eu quero dizer é que a luta continua e que eu estou aqui em pé com a ajuda de meu Deus e de vocês. E finalmente consegui dizer NÃO, e isto foi libertador, apesar das consequências.
Obrigado por sempre me ouvirem e amo todos vocês incondicionalmente.
Parabéns pelo "não". Se vc fosse ou não fosse, ele ia beber se quisesse, e vc estaria se "violentando", fazendo algo que não queria, estando cansada. Ele não pode mais te usar como escudo, até pq qdo vc não consegue impedir que as coisas ruins aconteçam ele ainda pode culpar vc por não ter impedido. Dessa forma deixa nas mãos dele mais essa responsabilidade. Na verdade ele nem deveria pensar em ir na casa de um amigo onde ia ter bebida, a escolha dele já começou aí, a recaída começou bem antes de acontecer. Cuida de vc e cultiva essa plantinha que brotou agora, a árvore do "NÃO". Que ela frutifique na sua vida.
ResponderExcluirBjusss,
J
Obrigada minha querida amiga sempre aprendo muito com voce, mesmo ele tendo recaido e no fundo eu sabia que isto podia acontecer é hora de fazer apenas o que eu gosto e dizer não para as coisas que eu não quero e assim com eu estou engatinhando em minha recuperação e dando pequenos passos ele que aprenda a caminhar sozinho também. obrigada
ExcluirOla Luciana, me identifiquei bastante com a sua historia. Convivo com o meu marido dependente químico há 2 anos, mas o conheço ha 20. Já namoramos antes quando éramos bem novinhos e nos reencontramos há 2 anos. Resolvi assumir esse amor, mesmo sabendo de todos esses problemas... Ele é adicto desde os 16 e está com 40 anos, hoje. O que me faz ficar ainda ao lado dele é porque ele não desiste nunca de se recuperar e faz o que é possível para ficar limpo, porém nem sempre tem sucesso. É óbvio que alguma coisa tá errada, mas como você participo de diversos grupos no face e também vejo mulheres que se separaram, seguiram com suas vida, sofreram, voltaram... mas eu ainda não estou preparada para dar esse passo. Não consegui ainda desistir desse amor. As pessoas cobram demais, julgam muito, mas sigo em frente. Creio em Deus e acredito que para Ele nada é impossível. Por um outro lado vou cuidando de mim... meus passos são de formiguinha, às vezes acho que avancei muito, só para ver mais tarde que na verdade eu regredi. Hoje procuro ter esperança e não mais expectativa. Ele resolveu se internar, de novo, e sofro a cada dia com a distancia, quando nos vemos ou nos falamos ele insiste me me explicar tudo, falar das decisões dele sobre o tratamento, antes eu sempre palpitava, controlava, exigia... hoje apenas digo a recuperação é sua, cuide dela da maneira que achar melhor, pois eu estou cuidando da minha. A decisão é sua, cabe a mim aceitá-la ou não, mas nunca querer que você tome uma decisão por medo de me perder ou porque EU acho certo. Eu? Estou vivendo e deixando viver... Serenidade companheira, para nós. Beijo no coração, sua partilha foi muito boa para mim
ResponderExcluirobrigada por partilhar sua historia comigo também...é bom saber que não estamos sozinhas..beijos e muita paz e serenidade para voce querida
ExcluirOiee querida vc está certa é preciso dizer não sim! Não podemos viver exclusivamente pra ela. Sou casada a pouco tempo. Meu marido tbm é dependente quimico. Ele tem 37 anos e está nessa vida desde os 20 em seus altos e baixos. Eu sou bem mais nova que ele tenho 21 anos. Quando o conheci ele estava limpo a 1 ano porem desde o inicio ele me contou que era um D.P Aceitei numa boa pois o amo muito. Durante a vida dele ele foi internado 7x entre varios periodos , recaindo e sem usar as drogas. Ele ja consegui ficar 3 anos limpo a pouco tempo a umns 2 anos atras. Porem ele leva sua vida assim recaindo. Amo bastante, e quero esta sempre ao lado dele para ajuda-lo. Mas sinto que eu preciso de ajuda tbm... pois me sinto uma depende tbm, depedente dele. Minhas decisões são todas baseadas nele. Tudo o que faço é pensando nele. É dificil mas estarei ao lado dele que é uma pessoa sensacional, maravilhoso marido não tenho o que falar. Ultimamente a uns meses tem usado praticamente todos os dias em casa. Tranco tudo escondo as chaves e ele usa numa boa em casa. Fico triste, porem acho melhor do que esta exposto nas ruas... na ruas ele some se deixar uns 3 dias ou mais. Ele esta lutando pra largar eu vejo isso eu sinto isso. Me sinto impotente para ajuda-lo, já pensei em internação mas ele não quer ficar longe de mim, temos 5 meses de casados só rsrs. Ele diz que vai largar um dia larga sempre assim. Ele trabalha, não deixa faltar nada em casa, agora a noite fica no mundinho dele. É dificil mas acredito nele ... e acredito em deus que tudo vai dar certo bjoss
ResponderExcluir