sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Nem anjos, nem demônios... Seres humanos! (caso Rodrigo Frenhi)

Queridos amigos, o texto a seguir foi retirado do blog :Amando um Dependente Químico, da nossa querida amiga Poly..

Bom dia, queridas(os)!

No dia 19 deste mês, ao abrir o face, me deparei com a foto do Rodrigo, acima.

Sua mãe, Roseni Frenhi está à sua procura.

E o relato que ela deixou, foi o seguinte:

“Esse é meu filho Rodrigo, garoto bonito, inteligente, educado... Hoje é o seu aniversário, ele completa 33 anos, mas infelizmente não há motivo para comemorar, pois o Crack o levou de mim. Há mais de 10 anos luto para resgatá-lo da escuridão do mundo das drogas, mas meu esforço foi em vão. A droga é mais forte do que qualquer coisa, qualquer sentimento, qualquer dor, fome, sono, sede, nada supera o desejo frenético de usar a droga e é nesse mundo de trevas que ele está vivendo.

Há alguns meses ele foi visto perambulando pelas ruas do centro de São Paulo, nas proximidades do Mercado Municipal próximo à 25, sujo e com fome. Hoje ele se transformou em mais uma vítima do Crack, que o levou a perder tudo, inclusive a sua verdadeira identidade, passando a morar nas ruas e pedindo esmola, onde na maioria das vezes, o dinheiro é apenas para comprar o maldito Crack...

Peço a você pai, mãe, irmã, irmão, amigo, familiar, e até mesmo você que nem sabe quem é o Rodrigo, mas que tem dentro de si a vontade de ajudar que, por favor, compartilhem essa foto pois ainda tenho 1% de esperança de que alguém o encontre e o ajude a sair dessa vida de sofrimento e amargura, embora nada se pode fazer se ele não quiser ser tratado.

Esse número de telefone (11) 45876971 terá contato direto com quem poderá ajudá-lo. O nome dele é Rodrigo Frenhi Sanches. Por favor, só ligue se realmente tiver informações sobre o paradeiro dele.

Muito Obrigada.

Não tem como não se comover. Não é mesmo?

Falei com ela, e ela me autorizou a fazer esta postagem no Blog. E como sei que existem muitos leitores de São Paulo por aqui, quem sabe poderemos ajudar? Espero que sim!

A mãe do Rodrigo mora em Londres, mas está aqui no Brasil até o mês que vem, e deseja rever o filho, e mais que isso, vê-lo se tratando.

Ele já chegou a ficar limpo até por dois anos, e já passou por várias internações.

Sua mãe diz que não desistiu do filho, mas que está cansada. Sabemos bem o que é isso...

O pai de Rodrigo não está com sua mãe, e segundo ela, é um pai ausente e que não se importa com a situação do filho.

“O Rodrigo viveu e trabalhou em Londres, recebeu convite para ser modelo na Itália, mas acabou optando por morar nas ruas de São Paulo.”

E nessa história toda, algo que me chamou a atenção, foi o relato de um homem que conheceu o Rodrigo. Vejam só.

“Olá, Roseni. Não nos conhecemos, mas tive o prazer de conhecer seu filho, infelizmente não em uma condição muito boa para ele, mas mesmo estando em uma condição não muito boa, posso afirmar que ele tem um coração gigante.

Há alguns anos eu tive uma loja na Santa Efigênia no centro de SP, e sempre passava pela Praça da República.

Foi lá que conheci seu filho. Um rapaz boa pinta, ele não andava mal arrumado, estava sempre limpo, mas, estava com os moradores de rua. Aquilo me chamou a atenção e fui conversar com ele. Ele me falou que tinha família, e que era viciado em crack, inclusive ele não fazia a menor questão de esconder o cachimbo que carregava no pescoço. Mas não foi isso que me chamou a atenção... O que me chamou a atenção foi ele se dispor a ajudar aqueles moradores de rua.

Porque com ele ali, os policiais não judiavam dos viciados e realmente eu via que ele tinha o respeito de todos ali, inclusive dos pedestres, alguns diriam que talvez fosse pela aparência, pois ele é um rapaz ''presença'', mas eu digo mais... ele é simpático, sabe conversar e acima de tudo é bondoso.

Fiz questão de jantar com ele mas, ele não comeu tudo, pois pensou no pessoal que estava com ele na rua e queria dividir seu alimento. Depois de levar algo para seus amigos jantarem, ficamos ali na praça a noite toda conversando. Dispus-me a ajudar, mas ele agradeceu e negou, disse que gostaria de tomar algo forte e me perguntou se eu tinha um ''trocado''. Peguei 5 reais e o entreguei, acreditando que não o veria mais. Para a minha surpresa, ele voltou com a bebida dele e uma cerveja pra mim. Fiquei feliz, pois naquele momento ele ganhou meu respeito e confiança também. A partir daí, sempre quando podia eu passava lá para conversar.

Infelizmente, me desfiz da minha loja e saí do centro. Cheguei a encontrá-lo uma vez, mas ele estava alterado e não pude ''trocar ideia''.

Essa foi a ultima vez que o vi...

Hoje moro no Japão, mas nunca vou esquecer seu filho, pois ele me ensinou a ser um ser humano melhor, me ensinou que sempre haverá alguém a quem eu possa ajudar, independente da minha situação financeira, emocional ou espiritual, pois a caridade é o caminho para um mundo melhor.

Gostaria que soubesse que mesmo nessa vida que ele leva, ele ainda é uma pessoa fantástica.
O Rodrigo só vem mostrar que dependentes químicos são seres humanos... Nem anjos, nem demônios, apenas seres humanos como todos nós.

Atenção, o Rodrigo foi visto recentemente na Praça Julio de Mesquita, perto da Duque de Caxias!

Qualquer notícia, liguem no número divulgado acima.

Grande beijo a todos!
Fiquem com Deus.

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Bom dia, amigas(os)!

Sempre que tiver alguma notícia oficial sobre o Rodrigo, postarei aqui. Ok?

Sua mãe, deixou a seguinte mensagem, ontem à noite:

“24/01 – às 20:40hrs – Ele foi encontrado. Infelizmente não em muito boas circunstâncias, mas está vivo. Ainda não sei quando poderei vê-lo. Por enquanto é só o que posso dizer a vocês. Obrigada a todos pelo carinho. Valeu as orações, povo maravilhoso. Um grande beijo a todos. Deus abençoe.”

Graças a Deus! Agora é continuar orando para que ele tenha um despertar, e deseje mudar de vida, pois sabemos que ele pode!

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Segundo a mensagem deixada pela mãe do Rodrigo, em 25/01/13 (hoje), ele está preso no CPD Belém II (8º Distrito do Brás), há quase um mês, por ter furtado um celular Claro, para trocar por drogas. “A vítima teve o bem de volta, e graças a Deus não houve uso de violência ou arma para a abordagem da vítima.”

Ela diz que gostaria que o filho voltasse para os seus braços, mas reconhece que, para isso, antes ele precisa de tratamento.

Triste...

É isso aí, dependência química é uma doença reconhecida pela OMS, mas os doentes são presos junto com bandidos... Onde não há muita esperança de recuperação... Mas, sigamos orando, e torcendo para que o Rodrigo tenha um despertar, e para que a sua família tenha as suas forças renovadas. 

Que Deus ilumine os inúmeros "Rodrigos" que estão por aí. :(

♥ 

Um comentário:

  1. Querida Roseni,

    Soube de sua história pelo facebook e te mandei uma mensagem in box, porém não consigo mais localizar teu perfil. No intuito de tentar te ajudar de alguma forma pesquisei e encontrei este blog e te envio a mesma mensagem novamente.

    Sei perfeitamente o tormento pelo qual estais atravessando. Em 2011 meu filho, aos 26 anos, que trabalhava numa empresa da família de sua mãe, tinha um salário razoável, mas nunca sobrava dinheiro sequer para os créditos do celular que era comprado por sua mãe e sempre era perdido ou roubado. Passei a observá-lo e percebia que nunca participava dos eventos de família e vivia largado e sujo. Conversei com a mãe dele sobre a possibilidade de ele estar usando drogas, mas isso a irritava e logo mudava de assunto. Até que um dia ele cometeu o primeiro furto dentro de casa para comprar drogas, cujo impacto na família o fez confessar que já se drogava há mais dez anos com maconha, cocaína e que ultimamente, acerca de um ano, estava usando crack. Tentou de todas as formas e não conseguiu largar o crack de jeito nenhum. E aí pediu ajuda. Situação que deixou sua mãe desnorteada, sem chão e completamente desequilibrada. Acompanhei o desenvolvimento do meu filho desde seu nascimento e cumpri minhas responsabilidades de pai, mas nunca tive uma vida conjugal com a mãe dele. Mas resolvermos encarar o problema juntos e com ajuda de parte da família dela que nos foi muito solidária.
    • Querida, já que tivemos a sorte do meu filho ter pedido ajuda, procuramos nos informar e encontramos uma casa de apoio pertencente a pastoral da sobriedade da igreja católica. É uma instituição organizada e administrada por mulheres que se voluntariam para acolher pessoas com problemas de dependência química. São mães de dependentes químicos que já passaram pelo mesmo problema que o nosso e hoje tem seus filhos com 2, 5, 10, 12 e até 15 anos de sobriedade. Assistimos a algumas reuniões com nosso filho, que reconheceu ser dependente químico e que aceitou a ajuda delas (me emociono a cada vez que falo sobre isso). A reunião tem a duração de 1 hora e é basicamente desenvolvida com a leitura de uma frase chamada de “palavra do dia”, seguida pela leitura de uma passagem do evangelho, uma reflexão sobre ela, depois se fazem as apresentações pessoais e é finalizada com um cafezinho para um momento de descontração. O mais emocionante desse momento é que a casa é um anexo da igreja católica, mas os pais e mães ali presentes são de vários credos, inclusive evangélicos. Essa casa de apoio, embora tenha essa conotação, não tem o objetivo de dar guarida ao dependente químico. Sua finalidade consiste em encaminhá-lo para um lugar chamado Fazenda da Esperança. Lá é aplicada a prática da convivência, da palavra de Deus e do amor. É importante dizer que só depende de ele dizer sim. O muro da Fazenda da Esperança é uma cerca baixinha e o portão não tem tranca. O dependente jamais ficará trancafiado, portanto é importante que saiba que até o momento dos pais se despedirem do filho o coordenador pergunta se ele realmente que ficar. Eles não recebem ninguém contra sua própria vontade. Não se usa remédios (não é uma droga curando a outra). O tempo de permanência é de um ano. O aprendizado da fazenda reintegra o homem à sociedade consciente de suas fraquezas para com os venenos do mundo atual, tornando-os homens convictos de que a perseverança e a necessidade da vivência com a palavra de Deus são fundamentais para que a sobriedade se mantenha. Existe Fazenda da Esperança em todos os estados do Brasil e até no exterior. Centenas dos que por lá passaram são casados, formados, e completamente reintegrados a sociedade. Hoje meu filho trabalha, está casado e tem um lindo filho. Eu me sinto feliz cada vez que o vejo. Querida, procure seu filho, tente levá-lo numa dessas casas de apoio e verá que ele resgatará a dignidade, a confiança e o amor da família e dos amigos. Ficarei rezando para que Deus te dê força pra conseguir salvá-lo. Boa sorte.

    JOSÉ CORREIA FILHO
    josecorreiafilho@hotmail.com

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