Depoimento de um amigo do CODA (Grupo de Co-dependentes Anônimos)
É a inabilidade de manter e nutrir relacionamentos saudáveis com os outros e consigo mesmo.
Todo aquele que está emocionalmente ligado e oferece seus sentimentos e sua vida para "proteger seu dependente", visando impedir que comportamentos anti-sociais tornem-se transparentes, é um co-dependente.
Procuram remover as conseqüências dolorosas do abuso de drogas do dependente, para e pelo dependente, com a intenção de minimizar ou de esconder o ocorrido, facilitando a vida do dependente químico.
O co-dependente esconde fatos, nega situações imaginando estar ajudando, na realidade está apenas adiando consequências que um dia terão de ser encaradas e que estarão tão potencializadas que as suas conseqüências serão catastróficas.
Nos relacionamentos co-dependentes não existe a discussão direta dos problemas, expressão aberta dos sentimentos e pensamentos, comunicação honesta e franca, expectativas realistas, individualidade, confiança nos outros e em si mesmo.
É o famoso "CARROSSEL DA DEPENDÊNCIA: no centro, o dependente agindo e ao redor... os co-dependentes estão reagindo, todos estão vivendo em função do dependente. O dependente se droga, fica doidão e os outros reagem a sua drogadicção e as suas conseqüências, o dependente responde as essas reações e se droga novamente, estabelecendo o carrossel da dependência química.
Os co-dependentes precisam ter coragem de colocar ¨limites¨, fazendo parar de girar o Carrossel e de desligar-se e-emocionalmente do dependente, e sentindo seus próprios sentimentos e vivendo suas próprias vidas. Só assim poderão realmente um dia se sentirem felizes e ai sim, prontos para ajudar o outro se ele assim solicitar.
As perguntas a seguir servem para identificar possíveis padrões de codependência.
1) Você se sente responsável por outra pessoa? Seus sentimentos, pensamentos, necessidades, ações, escolhas, vontades, bem-estar e destino?
2) Você sente ansiedade, pena e culpa quando outras pessoas têm problemas?
3) Você se flagra constantemente dizendo "sim" quando quer dizer "não"?
4) Você vive tentando agradar aos outros ao invés de agradar a si mesmo?
5) Você vive tentando provar aos outros que é bom o suficiente? Você tem medo de errar?
6) Você vive buscando desesperadamente Amor e aprovação? Você sente-se inadequado?
7) Você tolera abuso para não perder o Amor de outras pessoas?
8) Você sente vergonha da sua própria vida?
9) Você tem a tendência de repetir relacionamentos destrutivos?
10) Você se sente aprisionado em um relacionamento? Você tem medo de ficar só?
11) Você tem medo de expressar suas emoções de maneira aberta, honesta e apropriada?
12) Você acredita que se assim o fizer ninguém vai amá-lo?
13) O que você sente sobre mudar o seu comportamento? O que o impede de mudar?
14) Você ignora os seus problemas ou finge que as circunstâncias não são tão ruins?
15) Você vive ajudando as pessoas a viverem? Acredita que elas não sabem viver sem você?
16) Tenta controlar eventos, situações e pessoas através da culpa, coação, ameaça, manipulação e conselhos, assegurando assim que as coisas aconteçam da maneira que você acha correta?
17) Você procura manter-se ocupado para não entrar em contato com a realidade?
18) Você sente que precisa fazer alguma coisa para sentir-se aceito e amado pelos outros?
19) Você tem dificuldade de identificar o que sente? Tem medo de entrar em contato com seus sentimentos como raiva, solidão e vergonha
As 12 Promessas que o Co-dependente deve lembrar
1) Reconheço que não estou só e que meus sentimentos de vazio e solidão vão desaparecer.
2) Não sou controlado (a) por meus medos. Eu supero meus medos e ajo com coragem, integridade e dignidade.
3) Experimento uma nova liberdade.
4) Liberto-me da preocupação, da culpa e da lamentação quanto ao meu passado e ao presente. Eu me mantenho o suficientemente atento (a) para não repetir erros.
5) Experimento um novo modo de Viver e uma nova aceitação de mim mesmo (a) e pelos demais. Eu me sinto genuinamente merecedor (a) de ter o direito de ser Feliz.
6) Aprendo a me ver igualmente aos demais. Em minhas novas e renovadas relações são baseadas na igualdade de ambas as partes.
7) Sou capaz de desenvolver e manter relações saudáveis com Amor. A necessidade de controlar e manipular os outros desaparecerá na medida em que eu aprenda a confiar em mim e nas pessoas dignas de confiança.
8) Aprendo que é possível Recuperar-me e converter-me numa pessoa mais feliz, mais íntima e capaz de oferecer apoio apropriado. Eu tenho a ¨escolha¨ de comunicar-me com minha família de uma maneira segura para mim e respeitosa para eles.
9) Reconheço que eu sou uma criação única e preciosa.
10) Não dependo unicamente dos demais para poder me sentir valioso (a), sou capaz de ser feliz independente da felicidade do outro.
11) Tenho a confiança de que meu Poder Superior me guia. E venho a acreditar em minhas próprias capacidades.
12) Experimento gradualmente em minha vida SERENIDADE, CORAGEM (Força Interior) e SABEDORIA (Crescimento Espiritual).
A troca equilibrada entre ceder e requisitar, dar e receber afeto e atenção nos aproxima de modo saudável das pessoas que nos cercam sem corrermos o risco de criar vínculos destrutivos.
Como co-dependentes, dizemos sim, mas na realidade queremos dizer não; fazemos coisas que não queremos real-mente fazer, ou fazemos o que cabia aos outros fazer.
Uma atitude co-dependente pode parecer positiva, paciente e generosa, pois está baseada na melhor das intenções, mas, na realidade, é inadequada, exagerada e intrusa. A questão é que os co-dependentes estão viciados na vida alheia e não sabem mais viver a sua própria. Adoram dar, mas detestam receber, seja atenção, carinho ou ajuda. Desta forma, quanto mais se dedicam aos outros, menos autoconfiança possuem. Afinal, desconhecem os seus próprios limites e necessidades!
A co-dependência se inicia quando uma pessoa, numa relação comprometida com um dependente, tenta controlar seu comportamento na esperança de ajudá-lo. Como conseqüência dessa busca mal sucedida de controle das atitudes do próximo, a pessoa acaba perdendo o domínio sobre seu próprio comportamento e vida.
Em outras palavras, se ao nos dedicarmos aos outros estivermos nos abandonando, mais à frente teremos de nos confrontar com as conseqüências de nossa atitude ignorante.
Reconhecer nossos limites e necessidades é tão saudável quanto à motivação de querer superá-los.
Sentir a dor do outro não quer dizer ter que repará-la. Este é nosso grande desafio: sentir a dor com o intuito simplesmente de nos aproximarmos dela em vez de querer transformá-la de modo imediato.
Este hoje será meu lema: ¨Eu sou a pessoa mais importante para mim¨
Fonte:http://www.gruponaranonalegria.org/codependencia.htm