sábado, 1 de setembro de 2012

A PRIMEIRA INTERNAÇÃO!!


Finalmente ele pediu ajuda. Não suportou o sofrimento e chegou a conclusão que a melhor saída para ele seria a internação.
Fiquei imensamente feliz por nós, quando ele decidiu se tratar.
Naquela época eu não trabalhava, pois minha vida era viver em função dele tentando controla-lo.
Tinha que arrumar alguma solução, pois tinha uma filha para criar e teria que arcar com as despesas da clínica.
A única solução naquele momento, foi vender nossas coisas.
Arrumei um emprego de babá na casa de uma vizinha, e graças a Deus podia levar minha filha junto comigo para trabalhar.
Não ganhava muito, mas dava para pagar o aluguel e fazer uma compra. Somente o básico... nada de guloseimas para minha filha.
Passei por épocas muito difíceis enquanto meu adicto estava internado.
Com muita dificuldade, ia visita-lo a cada 15 dias.
Era uma confusão de sentimentos; um misto de saudade, tristeza, alívio, raiva, amor e frustração...tudo ao mesmo tempo.
Todos os dias de visita ele chorava, fazia drama e tentava me manipular. Dizia que era muito difícil ficar internado, e que só estava fazendo isso pela nossa família, porque nos amava, jamais falava que era por ele e por sua recuperação, parecia que estava lá forçado, contra vontade ou me fazendo um favor. 
Fazia inúmeras promessas dizendo que quando saísse de lá, jamais usaria drogas novamente, mas que ele não precisaria ficar internado por muito tempo, que já tinha aprendido a lição, dizia já estar ''curado''...
E tudo isso ocorreu na segunda semana de internação. Eu permaneci firme todo tempo dizendo que se ele abandonasse o tratamento me separaria dele no mesmo momento, pois não estaria mais disposta a viver sofrendo pelas escolhas erradas dele.
Me lembro que sempre vinha embora muito triste das visitas, pois ele sempre arrumava uma maneira de discutirmos, descontando em mim, todas as suas frustrações.
Até hoje guardo as cartas de amor que ele escrevia me pedindo perdão, prometendo que na próxima visita seria tudo diferente...
Acabei formando uma grande amizade com a dona da comunidade terapêutica, que juntamente com seu esposo me ajudou muito no período em que meu adicto estava internado.
Tenho muita gratidão por este casal, que por muitas vezes me ajudaram quando eu não tinha nem alimento em minha casa.
Ele permaneceu alguns meses internado nesta comunidade.
Quando ele saiu de lá, eu estava tão feliz, que quis comemorar sua volta e vocês não fazem ideia da grande insanidade que cometi.... 
Resolvi fazer um churrasco e convidei todos os amigos do bairro que se reuniram e levaram a carne e a cerveja.. 
Isso mesmo, ''cerveja''...naquela época eu não imagina o mal que estava fazendo, mas é caindo que se aprende não é?
Como vocês devem imaginar, não demorou uma semana para ele recair, e eu não conseguia entender o porque.
Foi nesta época que comecei a pesquisar sobre a doença para entender melhor contra o que eu estava lutando.

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