sábado, 1 de setembro de 2012

O GRANDE DILEMA DA BEBIDA E DAS DROGAS!




Foi pesquisando e lendo muito sobre o assunto que descobri que um adicto não pode por hipótese alguma ingerir bebidas alcoólicas.
Descobri, que meu familiar adicto é um dependente cruzado, e o álcool é a porta de entrada para outras drogas.
Neste momento tudo começou a finalmente fazer sentido.
Comecei a entender o porque de tantas recaídas quando ele bebia.
Comecei a entender que se ele evitasse o primeiro gole, provavelmente a chances dele permanecer limpo, aumentavam significadamente.
Mas infelizmente meu familiar acha que pode ser um ''adicto social'' que pode fazer o uso da bebida moderadamente que não terá recaídas...quanto alto engano!
Infelizmente nós sabemos que não é assim.
E para um adicto o uso da bebida alcoólica fatalmente o levara a uma recaída mais cedo ou mais tarde.
Isto é tão certo quanto dois e dois são quatro.
Até hoje não entra em minha cabeça porque muitos adictos ainda insistem em achar que podem tomar uma ''cervejinha'' de vez em quando. Será que eles esquecem quantas recaídas já tiveram por conta deste pensamento?
Meu familiar insiste em querer arrumar alguma maneira de beber sem ter a recaída na droga.
Não consegue entender que é impossível que isto aconteça.
A adicção é uma doença incurável, progressiva e fatal.
E só pode ser paralisada se a pessoa se propor a viver em completa abstinência a qualquer tipo de droga.
A pessoa que tinha uma vida ''normal'' antes da droga, depois de se tornar dependente químico jamais poderá voltar a beber socialmente um dia.
A adicção é uma doença compulsiva, e o adicto não tem controle sobre a droga.
Infelizmente o adicto paga um preço alto por suas escolhas, e não ter a mesma vida social e os hábitos de antes da droga, é um preço que se tem que pagar.



Quando comecei a entender tudo isso, foi inevitável que eu fizesse certas mudanças em minha vida, evitava ir a bares, festas, sair com pessoas que bebiam, tudo na tentativa de fazer ele parar com o costume quase diário de ingerir bebidas alcoólicas. 
Eu achava que estava fazendo minha parte me abdicando de minha vida social, mas infelizmente ele ainda não estava disposto a mudar os hábitos e fazer a parte dele.
Naquela época ele estava convencido que não precisaria parar de beber, precisaria simplesmente parar com o uso da droga.
Era teimoso e se achava o dono da razão.
Difícil lidar com uma pessoa que pensa desta maneira.
Óbvio, que com este pensamento as recaídas continuaram a acontecer com muita frequência.
Perdi as contas de quantos bens materiais ele vendeu para se drogar.
Não consigo sequer enumerar as perdas que tivemos naquela época, foram muitos dvs, rádios, aparelhos de som, botijões de gás, bicicletas... 
Era um pesadelo, não adiantava trancar nada, nas crises, ele se descontrolava pegava o que havia pela frente e trocava pela droga.
Foi nesta mesma época que ele começou a vender os celulares, os meus, os da minha filha e os dele, me recordo que até agora foram 67 celulares trocados pela droga.
Depois que voltava das recaídas, batia o arrependimento das insanidades cometidas e das perdas materiais de tudo que havíamos conseguido com tanto esforço. Era muito triste para mim assistir tamanha frustração.
Nesta mesma época, já cansado de tantas tentativas de se manter limpo em vão, ele me pediu ajuda novamente e o internamos pela segunda vez.
Desta vez, decidi mudar de bairro e me mudei para casa de meu pai. Ele por sua vez, ficou um bom tempo internado se recuperando.


6 comentários:

  1. Nunca tinha escutado falar sobre isso, mas eu notei que nas duas recaidas que meu amado teve ele realmente estava bebendo.. Nós não temos esse hábito, mas no pré-recaída eu percebi que ele sempre inventa tomar uma cerveja, duas.. enfim. Obrigada por falar sobre isso e me auxiliar nessa luta!

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  2. É exatamente assim. Eu mudei todo o meu estilo de vida e evito até mesmo chamá-lo para ir a um restaurante, pois sei que o álcool vai engatilhar a vontade de usar a droga. O problema é que eu estou sempre me privando para ajudá-lo, mas, ele não faz a parte dele.

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  3. Infelizmente essa é uma verdade.
    Estou limpo a 2 anos e 8 meses e é obvio q nesse tempo não ingeri bebida alcoólica.
    É o preço q tenho q pagar para não ter q voltar aquela vida. Preço alto por sinal.
    Nunca mais pude convidar uma garota pra ir em um barzinho, festa, balada então..."adeus". Perdi completamente minha vida social e sofro muito por isso mais comparado ao q eu sentia na época em q usava drogas posso chamar esse sofrimento atual de PAZ.

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  4. Depois de muitas recaídas entendi que o difícil era me desfazer dos amigos, lugares e hábito, a droga era relativamente fácil. Hoje tenho 20 anos limpo mas sei que existe um gigante dentro de mim e não quero acorda-lo com um ingênuo copinho de cerveja. Sei que não iria conseguir freiar os milhares de pensamentos e lembranças que me precipitaria em outras drogas.
    Pra quê andar na beira do abismo se existe um mundo de lugares seguros para se estar.

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  5. Depois de muitas recaídas entendi que o difícil era me desfazer dos amigos, lugares e hábito, a droga era relativamente fácil. Hoje tenho 20 anos limpo mas sei que existe um gigante dentro de mim e não quero acorda-lo com um ingênuo copinho de cerveja. Sei que não iria conseguir freiar os milhares de pensamentos e lembranças que me precipitaria em outras drogas.
    Pra quê andar na beira do abismo se existe um mundo de lugares seguros para se estar.

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