sábado, 1 de setembro de 2012

QUASE ENLOUQUECI, ABRI O JOGO PARA FAMÍLIA !!




Quando percebi que meu familiar adicto iria chegar ao cúmulo de levar nossa tv para trocar por drogas, surtei. Perdi totalmente minha serenidade, nunca me lembro de ter estado tão nervosa como naquele dia. ''Até onde o vicio o iria levar?'' pensei...
Levantei, peguei uma faca e rasguei todo o sofá, sai quebrando tudo que havia pela frente. Estava totalmente insana.
Acredito que o efeito da droga até passou...Pois ele ficou tão assustado por me ver naquele estado, que até desistiu de pegar nossa televisão.
Todo escândalo que fiz, não passou despercebido por minha sogra que morava na casa da frente.
Óbvio, que ela veio ver o que estava acontecendo...
Quando ela se deparou com toda aquela bagunça, ficou sem entender nada coitada.
Eu estava fora de mim, e acabei contando toda verdade a ela. Mas ela e minha cunhada não acreditaram em mim, disseram que a ''drogada'' ali era eu, por isso eu havia quebrado a casa toda...
Disseram que o meu adicto, jamais usaria drogas tão pouco pegaria as coisas de dentro de casa para vender...
Ele nem para abrir a boca para me defender... Fiquei com cara de tacho diante daquela situação.
Passei por louca e mentirosa, mas ao menos ele não levou nossa televisão.
A situação só piorava com o passar do tempo e a esta altura ele já passava as madrugadas pelas ruas se drogando até o amanhecer.
Quantas noites me recordo que passei chorando com minha filhinha ainda criança esperando por ele...Sempre sozinha, com aquela angústia, aquele medo, aquela frustração...
Nunca conseguia dormir enquanto ele não chegasse, até hoje é assim...
Comecei a me desesperar quando notei que a situação se agravava a cada dia.
Comecei a sair para procura-lo pelas ruas de madrugada, deixava nossa filha dormindo, pois minha sogra morava no mesmo quintal.
Passava noites e noites vagando pelas ruas escuras, pelos becos e favelas a procura de meu adicto...
Minha sogra só acreditou que ele estava envolvido com drogas quando um dia ele cometeu a insanidade de levar a droga para usar dentro de nossa casa.
Isto eu nunca aceitei, e quando ele teve a coragem de fazer isso, saí fora de mim e chamei minha sogra e cunhada para verem a situação.
Nunca me esqueço daquela triste imagem; ele com um cachimbo improvisado usando a droga. 
Me lembro que era uma latinha de cerveja com a qual ele fumava a ''pedra''.
Ele já estava tão ''doido'' que nem percebeu a presença delas e continuou fumando.
Pude ver o desespero de minha sogra e cunhada... Parecia que não acreditavam no que estavam vendo.
Quantas vezes andei sozinha de madrugada pelas ruas perigosas, por favelas, em meio a traficantes e até bandidos, colocando minha vida em risco... Já senti muito medo nesta vida, já chorei demais por estes motivos.
Por muitas vezes saia andando sem rumo pelas ruas em sua procura. Nesta hora lembrava de minha infância, que também foi muito dolorosa, pois tive que conviver com o alcoolismo de meu pai, não conseguia entender porque a maioria das pessoas podiam deitar suas cabeças no travesseiro e dormir tranquilamente ao lado de seus familiares enquanto eu estava ali na madrugada vagando pelas ruas atrás de meu adicto. Onde ele estava nos momentos em que eu mais precisava? Esta pergunta eu já me fiz milhares de vezes e confesso que ainda faço até o dia de hoje...

Um comentário:

  1. Sua história até aqui parece a minha... Em apenas dois anos passei por essas experiências tão dolorosas... Choro sozinha em casa, passo noites acordada sem saber onde ele está, vejo todo meu dinheiro indo ralo abaixo...

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